*
ÁGUA eu quisera ser – pela alegria
de te dar a beber meu próprio ser;
por tua sede, que eu não mataria,
para molhar teus lábios por prazer...
VENTO eu quisera ser – e à noite, iria
adormecido, te surpreender
ressonando em teu leito, e então seria
o ar que precisas para poder viver...
FOGO eu quisera ser – e, em rubras chamas
num delírio de amor, todo, abrasar-te,
para ter a certeza de que me amas...
depois, para possuir-te, de verdade, totalmente,
TERRA eu quisera ser – e disputar-te,
Ciumenta, à morte, pela eternidade!
Rosária Cid
5 de março de 1978
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