*
Sombras verdes irão me perseguir
E não sei o que farei.
Ouvi teus gritos, mas o medo me paralisou.
E ao teu encontro não pude ir. Que fazer?
O verde é puro como o cheiro das flores
E teu corpo velho é como é como se estivesses doente.
Teus olhos gritam e pedem alimento. Que fazer?
Subirei aos céus até te alcançar;
E quando isso fizer te abraçarei e serei feliz.
FIZ
E o que te incomodou?
Meu corpo agora remoído e dolorido espera teu sorriso.
E tu ris!
Não te ouvia, agora ouço.
Não te via, agora vejo.
Te sentia, agora não.
De mim te afastaste; de medo? Talvez!
E agora, triste donde estou
Te vejo e te amo.
Te ouço e não te posso ter.
Balances teus braços
Como se quisesses me abraçar.
Pois ainda mais te desejo.
Teus filhos serão devorados, e tu,
Chorarás. E eu também.
Um dia cortarão teus braços e pernas.
E eu estarei presente. E terei de deixar,
Nada farei até que tu pereças e eu grave em teu epitáfio:
“Aqui jaz minha grande amiga Goiabeira”
Rosária Cid
7 de fevereiro de 1976
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