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Já senti orgulho de você
Já senti raiva de você
Já tentei lhe entender com todas as forças de minha alma
E desisti...
Durante muito tempo busquei uma explicação
Que parecesse lógica! (Lógica pra quem?)
E a resposta não vinha
É que não a buscava com meu coração
Ficava lembrando aquele menino feliz
Às vezes atrapalhado, brigão e, ao mesmo tempo, doce e protetor
Pensava que a vida não tinha lhe sido muito boa
Para aniquilar, de vez, seus sentidos e emoções
Para esvaziar sua mente, o deixar à toa
Tão dependente, sem ter razões
Um dia, me disseram:
“Ele não é, só, seu irmão. É mais que isso!
Veja-o como filho.”
Quanta sabedoria...
A partir de então, meus olhos mudaram de direção
De fato, não via nele só um irmão
Dependente, solitário, desabrigado de sentimentos
Via, também, alguém sedento de sonhos, castelos, encantamentos;
Como uma criança que viesse para eu cuidar
Como uma criança que viesse para eu amar
Como é bom, hoje, poder abraçá-lo e beijá-lo com estes novos sentimentos
Transformei a “obrigação” em carinho, em afeição
Já podemos perceber os frutos
Seu sorriso se iluminou
Graças ao amor verdadeiro
Que eu ainda possa ajudá-lo a cumprir suas penas
Que eu não descuide em lhe dar a mão nos momentos precisos
Que eu ainda tenha muito tempo pra amá-lo
Rosária Cid
11 de abril de 2009
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Escrevi este para o meu irmão carnal Rui, que sofre de Esquizofrenia e TOC. Muitas vezes, na cegueira de minha incompreensão e meu preconceito, não conseguia enxergar um irmão espiritual, com o qual provavelmente tenho minhas dívidas, carente de amor desinteressado e verdadeiro.
ResponderExcluirRosinha, Que Deus te ilumine, fortaleça e te mantenha em sua fé.
ResponderExcluirLindo texto!
Woww, parabéns Rosa!!
ResponderExcluirComo já dizia o Antoine de Saint-Exupéry:
"só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."
Muito bonito e interessante teu blog!
Beijos procê!!